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Como Freya veio até mim

Foto do escritor: freyadotternfreyadottern



Essa é a pergunta que eu mais recebo. Quando falo sobre Freya e alguma nova vivência que tenho, a curiosidade sobre como ela surgiu na minha vida brota em todos ao redor.

Eu sempre respondo que o momento em que Freya finalmente apareceu e se manifestou para mim foi um momento complicado. Bem... Acho que finalmente tomei coragem de pelo menos escrever sobre isso aqui.


Eu amei uma pessoa que vive em flerte com a apatia. Estávamos juntos há uma década, mas, especificamente depois da construção da nossa casa, ele entrou em uma depressão, por conta dos problemas que a casa trouxe e por ela não ser totalmente terminada. Acho que ele se viu tendo que resolver com as próprias mãos muita coisa que tinha gasto toda nossa grana para ser feita. Isso acabou afetando muito nossa relação, e ele ficou muito distante.


Por muito tempo, me vi fazendo das tripas coração para tentar resgatar o que tínhamos. Tentando chamar a atenção dele de várias formas. Retomar coisas que achávamos divertidas antes e sempre acabava falando sozinha, de certa forma.

Um dia, fui me aconchegar no colo dele, e ele me afastou, me empurrando de forma bem grosseira.


Para mim, aquilo foi o fundo do poço da relação. No momento que aconteceu, me tranquei no banheiro e comecei a chorar muito. Doía pela recusa, pela vergonha, por ainda ter sentimentos, por entender o quanto eu corria atrás de alguém que estava ali e não estava ao mesmo tempo. Que me amava, mas vivia distante. E, principalmente, doía eu chorar tanto e ele sequer ouvir.


Eram vários sentimentos conflitantes dentro de mim: a raiva de mim mesma por não simplesmente ir embora e o luto pela relação que eu já não estava mais aguentando.

Foi em meio a isso, enquanto eu estava abraçada nos joelhos, que senti alguém recostar em mim, me abraçando. Minha visão, mesmo fechada, ficou com uma nuance dourada, e ouvi um cochicho: "Dói, né?" Na hora, me veio o nome de Freya na cabeça. Enxuguei as lágrimas, saí do banheiro e fui para o computador pesquisar.

Descobri sobre Freya e Odr, o marido ausente dela, que ela atravessou mundos para reencontrar.


Eu não sabia quase nada de Freya naquela época. Somente que me comparavam a ela. E hoje entendo que escutar tanto o nome dela já foi uma forma dela ficar na minha orelha.

Conversando com outras pessoas que vivem a mesma espiritualidade, entendi que a dor que vivi foi uma sincronicidade com a história da Deusa, e por isso ela apareceu de forma tão vívida naquele momento.


Com o tempo, Freya me ensinou muitas coisas que me curaram dessa situação.

Ela me mostrou que entendia a dor que era ir atrás de Odr, assim como eu estava atrás do meu amor, que fisicamente estava aqui, mas estava distante. E eu também estava há mais de um ano correndo atrás.


Me ensinou que sofrer por amor não é fraqueza. Nossa sociedade ensina que sofrer por amor é coisa de gente fraca, de mulher "desequilibrada". Isso era algo muito forte em mim. Parte da dor vinha disso. Sempre pensava: "Logo eu, uma mulher forte, independente, que sempre batalhou muito, tô aqui desse jeito por causa de alguém?? Por que só não vou embora?"

E Freya me mostrou que até ela sofreu por amor, e isso não tirou sua força em nenhum momento. Muito pelo contrário, a deixou mais forte.

Entendi que ser apaixonada e amar são parte da minha força e essência, e agora aceito isso e trabalho melhor isso.


Ela me ensinou a encontrar minha força feminina como nunca antes e a me impor, a me amar de forma brutal o suficiente para realmente tomar uma atitude com a situação. Dentre tantas outras coisas.


Todas as mudanças que ocorreram em mim me fortaleceram e empoderaram de uma forma que jamais poderia imaginar. E, depois de tudo, de eu ter me fortalecido, Freya trouxe até mim um grande amor que começou um novo capítulo na minha vida. Um amor que veio para mostrar que, depois da tempestade, o sol sempre brilha, e que eu mereço ser amada de forma plena e recíproca. Hoje, sou grata por cada passo desse caminho, pois ele me trouxe até aqui.

 
 
 

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